A feira acontece na Praça da Igreja Matriz, no centro de Pereiro/CE |
Foi com uma manhã nublada, num clima bem acolhedor, que a Feira Agroecológica e Solidária do município de Pereiro recebeu a equipe da Obas e o representante do ISPN - Instituto Sociedade População e Natureza.
A visita faz parte do monitoramento e fortalecimento do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais - PPP-Ecos, que possibilitou através de capacitações e estrutura física a instalação de três feiras: em Pereiro, Russas e Limoeiro do Norte.
Dona Lúcia vendendo seus produtos |
Especificamente sobre a Feira Agroecológica e Solidária de Pereiro, vale ressaltar que a primeira aconteceu no dia 3 de agosto de 2015, equipada com dez barracas e vestuário (avental e boné) padronizados, balanças digitais, caixotes plásticos e material de divulgação.
Feirantes e equipe da Obas e ISPN reúnem-se no STTR de Pereiro |
Após a feira, a equipe reuniu-se no STTR com as/os participantes da feira para uma breve avaliação e resgate das propostas iniciais do projeto.
Durante a conversa, Renato Farias, técnico do ISPN falou sobre a missão do instituto e sobre o compromisso e parceria com as organizações e apoio aos projetos.
Segundo José Saraiva, agricultor e membro da comissão de organização da feira de Pereiro, "é sempre bom receber essas visitas pelo tanto que é necessário esses projetos que apoiam a gente que trabalha sem agrotóxico e com sementes de qualidade. Essa parceria com a Obas e o ISPN é fundamental porque muitos órgãos não governamentais não valorizam as nossas práticas".
"Desistir da feira é desistir de nós, porque a gente vai ter que comer, e pra isso vamos ter que comprar o que nós vamos consumir"dona Lúcia Martins
Também foram apresentadas as dificuldades do período, como a falta de chuvas (pelo quinto ano consecutivo) e o que isso representa para a produção. Dona Lúcia Martins, agricultora e feirante que mora no Sítio Morada Nova, disse que "muitas famílias que produzem pra feira não tem a cisterna calçadão. A gente sabe que isso faz a diferença. Como é que a gente pode ter um mamão, uma verdura e até galinha pra vender se não tem água? Outra dificuldade é o transporte, que a gente depende do carro de horário e às vezes a gente chega atrasada na feira".
"Qual o aprendizado mais importante?"
Quando o Renato fez essa pergunta, obteve respostas diversas, como "as dicas de funcionamento da feira", "consciência na hora de plantar e não usar veneno", "trabalhar entendendo as dificuldades" e "respeitar a opinião das pessoas da feira". Isso porque durante as capacitações que antecederam a feira, esses temas foram debatidos para que a reflexão de uma feira diferente é possível, desde que toda a atenção esteja voltada também a cuidados com o não desperdício, o controle de gastos, as práticas agroecológicas de conservação. Outro ponto favorável é o escambo que ocorre ao final da feira, onde os produtos que não foram vendidos são trocados ou vendidos entre si.
Bora pro campo!
Casa de Sementes sendo concluída |
Danilo, seu Paulino e José Saraiva |
"Meu quintal tem de tudo"
Seu Francisco feliz em mostrar a sua produção de hortaliças e algumas frutíferas |
A força das mulheres
Katia conversando com a equipe |
Seu Neto feliz da vida em sua propriedade |
Também não podíamos deixar de visitar a propriedade do seu Neto, que tá sempre bem humorado. Ele diz que "não dá pra ficar se lamentando. Num dia tem uma produção melhor e outro dia não faz muita coisa, Mas o importante é levar os produtos. Os ovos que eu levo num instante eu vendo".
Todas essas visitas foram feitas na companhia do seu José Paulino, agricultor e também participante da comissão da feira, que nos encantou com sua sabedoria e bom humor.
Agora é dar continuidade e preparar o Feirão Agroecológico e Solidário do Vale do Jaguaribe, que acontecerá no mês de julho em Limoeiro do Norte, reunindo as três feiras.
Sigamos...
A Feira Agroecológica e Solidária tem como objetivo fomentar o
conhecimento e difusão da agrobiodiversidade da caatinga e oportunizar a
produção, comercialização, trabalho e renda para os/as agricultores/as
agroecológicos e suas famílias.
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