Por Ricardo Wagner – Comunicador popular pela
Obas, com a colaboração de Madalena Maia
Comissão municipal de Pereiro dá as boas vindas aos/as participantes |
No último dia
25, o município de Pereiro, através da Comissão Municipal, recebeu o FCSVJ –
Fórum de Convivência com o Semiárido, para debater o tema Água.
A acolhida se
deu com música e reflexão sobre o cenário montado na sala, que retratava duas
realidades da água: um plantio agroecológico e o descaso com os recursos
hídricos.
Além das
comissões municipais, estavam presentes o poder público, através do prefeito do
município, João Francismar Dias, Pastoral da Criança, representantes dos
artesãos e artesãs de Pereiro, Jovens e agricultoras e agricultores.
Na pauta, as
previsões de chuvas, o uso da água pela população e pelas multinacionais, o
abastecimento através do Açude Castanhão, a mobilização das famílias
beneficiadas pelas cisternas e sua importância, o papel da comunicação na
sensibilização dos cuidados com a água.
Retratos da realidade dos municípios
As comissões relataram sobre a
atual conjuntura hídrica de seus municípios (ver quadro abaixo), ressaltando a
importância do gerenciamento das águas, pois ainda não há garantias de bom
inverno. “É preciso que saibamos economizar a água mesmo com essas chuvas, pois
a gente sabe que pode sofrer mais adiante se faltar. A cisterna é uma garantia
de armazenamento, mas se a gente não souber usar essa água, depois a gente fica
lamentando...” disse dona Lúcia, agricultora e integrante da Comissão Municipal
de Pereiro.
O que dizem por aí
E o papel da comunicação não
foi deixado de lado. Os/As participantes puderam avaliar o modo como a grande
mídia retrata o semiárido e o que a comunicação popular tem feito para
visibilizar o que de fato ocorre nas comunidades. Durante a conversa, foi
apresentada a campanha Cuidados com a cisterna,
criada pela Rede de Comunicadores/as Populares do FCVSA, para sensibilizar
as famílias beneficiárias sobre a importância da manutenção das cisternas para
que elas continuem a armazenar água por muito tempo. A campanha foi lançada no
último dia 19, no encontro do FCVSA, em Mundaú, e será divulgada através de
calendários e spot de rádio, utilizadas nos cursos de GRH, Gapa e também pelas
rádios municipais e comunitárias.
Enfim,
aproxima-se a data para divulgarmos a identidade visual do FCSVJ. Ano passado,
foi lançado um concurso para a criação da logomarca, entre os municípios do Vale
do Jaguaribe, com o intuito de trazer a juventude para conhecer e participar
das ações do fórum. Numa atitude ousada, o fórum realizou oficinas de criação
de logomarca nos municípios Itaiçaba e Pereiro. As ilustrações foram
socializadas na reunião e o jovem classificado terá uma nova etapa para finalização
da logomarca. O objetivo é apresentá-la na próxima reunião do FCSVJ que acontecerá
em Iracema, na segunda quinzena de abril.
Iracema: Na sede do municipio choveu cerca
de 275 mm. O açude do Ema, voltou a abastecer a sede e algumas áreas da zona
rural, hoje com mais de 7% de sua capacidade, que se encontrava seco. Na
região do Açude dos Bastiões choveu de forma distribuída 232 mm, com 2,75% da
capacidade, e o açude Canafístula se encontra em situação de emergência com
apenas 1,71% de volume de água. O açude Figueredo esta abastecendo a cidade e
também Potiretama.
As cisternas
já estão cheias e sem aparentes problemas.
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Aracati: Foi
apresentada a reportagem do Diário do Nordeste sobre a capacidade do Açude
Castanhão, que denuncia o baixo volume de água e a possibilidade de fechar a
válvula que leva água pelo Canal do Trabalhador para o Baixo Jaguaribe (Russas,
Itaiçaba, Aracati...), que chegaria apenas até Limoeiro do Norte, complicando
também o abastecimento para Fortaleza.
Segundo as
informações, de janeiro a fevereiro deu-se uma máxima de 200 mm no município.
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Limoeiro do
Norte: Em janeiro deu-se distribuidamente 278 mm de chuva na cidade, com
algumas áreas onde a porcentagem foi menor de chuva. Em fevereiro, na Chapada
do Apodi, as chuvas variando entre 50 a 80mm deixaram as cisternas todas
cheias.
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Russas: Foram
visitadas 18 famílias em uma comunidade onde todas as cisternas dos programas
de 1ª e 2ª Água estavam cheias. Alguns distritos e assentamentos estão com
açudes cheios. Na sede do município
choveu o montante de 271 mm e an zona rural variou em até 300 mm.
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Pereiro: Choveu
em janeiro de forma saltada o volume de 220,2 mm e em fevereiro um menor
volume, totalizando 394 mm. Destacando que em uma parte do município, que faz
divisa com o estado do Rio Grande do Norte, no distrito de Crioulas a
situação é critica, não chove quase nada por lá. Parte das cisternas estão
cheias e outras razoavelmente com água.
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Beberibe:
Com poucas informações, o município disse que as cisternas estão com
pouca água e as chuvas foram razoáveis.
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Jaguaribe:
Foi onde menos choveu. A situação é preocupante em comunidades como Vertentes.
O plantio está em situação crítica por causa das lagartas.
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Palhano: A
sede do município não chegou a 100 mm de chuva. A zona rural está em melhor
situação, e as cisternas não estão cheias.
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