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terça-feira, 28 de abril de 2015

28 de abril - Dia da Caatinga

       Da sabedoria indígena surge a palavra Caatinga, que significa mata branca.

     A caatinga é uma espécie de floresta que só existe no Brasil e ocupa uma área aproximada de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional, nos estados do Ceará, Bahia, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e o norte de Minas Gerais. Por aqui vivem 1.487 espécies de animais entre aves, répteis, mamíferos, anfíbios, peixes e abelhas e aproximadamente 27 milhões de pessoas.

     A biodiversidade da caatinga contribui com a qualidade de vida das pessoas, seja na alimentação, na economia e em diversas pesquisas com ótimos resultados nos campos farmacêuticos e cosméticos, por exemplo.

     Mas o desmatamento, o avanço do agronegócio, a utilização de agrotóxicos e queimadas tem fragilizado esse importante bioma. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), 46% de área de caatinga já foi desmatada, sendo necessária a criação de mais unidades de conservação, sejam estaduais e federais. É preciso também capacitar as famílias que vivem da agricultura sobre técnicas de manejo sustentável e práticas agroecológicas.

     Desde 2009 têm sido criadas as Unidades de Conservação (UC’s) a nível federal, nos estados de Alagoas, Bahia, Sergipe, Piauí e Rio Grande do Norte, aumentando em 7,5% a área protegida. Mas isso ainda não é o suficiente, pois a caatinga continua sendo o bioma menos protegido do país. Isso porque pouco mais de 1% destas unidades são de Proteção Integral.

     O MMA também tem realizado parcerias como os estados e dessas iniciativas surgiram parques e estações ecológicas em Serra Talhada e Serra Canoa (PE) e no Ceará foram destinados recursos para criar unidades em Canindé e Santa Quitéria.
Existem vários projetos sobre o uso sustentável de espécies nativas e de viabilidade de energias renováveis, reduzindo a utilização de lenha ou mesmo que estas sejam advindas de manejos sustentáveis.

Tudo isso se deve ao fato do nível de conhecimento sobre a caatinga ter aumentado a cada ano, através de pesquisas, diagnósticos e de apoio político para a sua conservação, resultando em ações como a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga, que mobilizou os movimentos sociais, governos, a comunidade acadêmica, pesquisadores, setores privados e parlamentares, que apresentaram estes compromissos na Rio +20.

Assim como o cerrado, o bioma caatinga ainda carece de marco regulatório que os transforme em patrimônios nacionais, através de emenda constitucional, assim como a assinatura do decreto presidencial criando a Comissão Nacional da Caatinga e tantas outras medidas urgentes.

E hoje, dia 28 de abril, Dia da Caatinga, é dia de fortalecer as lutas pela sua conservação.

Ricardo Wagner – Comunicador popular pela Obas/ASA




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