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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Vídeos III Encontro Regional do Vale do Jaguaribe - Sementes.

Os vídeos divididos em duas partes, foram realizados no III Encontro Regional do Vale do Jaguaribe com o tema Sementes, acontecido nos dias 1 e 2 de dezembro de 2014, na praia de Fontainha em Aracati/CE. 

O Parte 1 traz a fala da agricultora Gracinha, coordenadora da Casa de Sementes Renascer do Sertão, da comunidade Caatingueirinha, no município de Potiretama/CE. 




O Parte 2 traz a fala do Agroecologista Francisco Saldanha, participante do CMDS - Comissão Municipal de Desenvolvimento Social da cidade de Jaguaribe/CE. 

Assembleia Legislativa parabeniza a Obas pela 11ª Semana das Águas

A Obas recebeu um ofício solicitado pelo deputado estadual Bruno Pedrosa à Assembleia Legislativa, que cumprimenta pelas ações realizadas na 11ª Semana das Águas.
A instituição fica muito feliz com o reconhecimento, reafirmando a importância de se discutir a água como direito humano e o dever de todos nós em preservá-la.

terça-feira, 28 de abril de 2015

28 de abril - Dia da Caatinga

       Da sabedoria indígena surge a palavra Caatinga, que significa mata branca.

     A caatinga é uma espécie de floresta que só existe no Brasil e ocupa uma área aproximada de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional, nos estados do Ceará, Bahia, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e o norte de Minas Gerais. Por aqui vivem 1.487 espécies de animais entre aves, répteis, mamíferos, anfíbios, peixes e abelhas e aproximadamente 27 milhões de pessoas.

     A biodiversidade da caatinga contribui com a qualidade de vida das pessoas, seja na alimentação, na economia e em diversas pesquisas com ótimos resultados nos campos farmacêuticos e cosméticos, por exemplo.

     Mas o desmatamento, o avanço do agronegócio, a utilização de agrotóxicos e queimadas tem fragilizado esse importante bioma. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), 46% de área de caatinga já foi desmatada, sendo necessária a criação de mais unidades de conservação, sejam estaduais e federais. É preciso também capacitar as famílias que vivem da agricultura sobre técnicas de manejo sustentável e práticas agroecológicas.

     Desde 2009 têm sido criadas as Unidades de Conservação (UC’s) a nível federal, nos estados de Alagoas, Bahia, Sergipe, Piauí e Rio Grande do Norte, aumentando em 7,5% a área protegida. Mas isso ainda não é o suficiente, pois a caatinga continua sendo o bioma menos protegido do país. Isso porque pouco mais de 1% destas unidades são de Proteção Integral.

     O MMA também tem realizado parcerias como os estados e dessas iniciativas surgiram parques e estações ecológicas em Serra Talhada e Serra Canoa (PE) e no Ceará foram destinados recursos para criar unidades em Canindé e Santa Quitéria.
Existem vários projetos sobre o uso sustentável de espécies nativas e de viabilidade de energias renováveis, reduzindo a utilização de lenha ou mesmo que estas sejam advindas de manejos sustentáveis.

Tudo isso se deve ao fato do nível de conhecimento sobre a caatinga ter aumentado a cada ano, através de pesquisas, diagnósticos e de apoio político para a sua conservação, resultando em ações como a I Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga, que mobilizou os movimentos sociais, governos, a comunidade acadêmica, pesquisadores, setores privados e parlamentares, que apresentaram estes compromissos na Rio +20.

Assim como o cerrado, o bioma caatinga ainda carece de marco regulatório que os transforme em patrimônios nacionais, através de emenda constitucional, assim como a assinatura do decreto presidencial criando a Comissão Nacional da Caatinga e tantas outras medidas urgentes.

E hoje, dia 28 de abril, Dia da Caatinga, é dia de fortalecer as lutas pela sua conservação.

Ricardo Wagner – Comunicador popular pela Obas/ASA




segunda-feira, 27 de abril de 2015

Agrotóxicos: somos contra!

Prof. Diego Gadelha expõe os problemas recorrentes da utilização dos agrotóxicos no Vale do Jaguaribe.

 Movimentos sociais, organizações, estudiosos, professores universitários e moradores do Vale do Jaguaribe, da região da Chapada do Apodi, lotaram o Complexo das Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa na última sexta-feira, 24 de abril. Na pauta, uso intensivo de agrotóxicos no Ceará e a pulverização aérea na região. Participaram da Audiência Pública a Deputada Silvana Oliveira, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa; a promotora de justiça Socorro Brilhante, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Proteção à Ecologia, Meio Ambiente, Urbanismo, Paisagismo e Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (CAOMACE); o superintendente Estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno; o secretário-adjunto da Secretaria Estadual da Fazenda, João Marcos; o representante do Ministério da Agricultura, Francisco José Sales Bastos; o representante da Câmara Setorial de Fruticultura, Antonio Marcos Prado; o representante do Ministério do Trabalho, Pedro Jairo; o representante da Embrapa, João Pratagil; o vereador João Alfredo, e os deputados estaduais Heitor Férrer, Carlos Matos e Renato Roseno, este último proponente da Audiência.


Agricultoras e agricultores, movimentos sociais e estudantes pedem banimento dos agrotóxicos no Ceará.
 Após várias apresentações, o titular da Semace, Artur Bruno, afirmou que irá realizar um estudo para rever a legislação sobre o uso de agrotóxicos no Ceará. Segundo Bruno, será apresentado um projeto para atualizar a legislação vigente, que foi instituída em 1991, ou seja, há 25 anos. A promessa também foi feita pelo secretário-Adjunto da Sefaz, João Marcos, que se comprometeu a levar ao governador Camilo Santana, as reivindicações da plenária, entre elas, a necessidade de modificar as isenções fiscais dadas a estes produtos. “O Camilo já manifestou uma posição pessoal contrária ao uso de agrotóxicos e afirmou que é preciso rever a isenção de impostos garantida na aquisição e comercialização do veneno”, afirmou João Marcos.

Profª Raquel Rigotto apresenta dados sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente.
No Ceará, a isenção fiscal para atividades envolvendo agrotóxicos chega a 100%, pois o Estado libera os compradores do pagamento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a União isenta de outros tributos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep). Decisões como essa contribuem para a expansão do uso de agrotóxicos no Brasil.

Nariane, 11 anos, que mora no Acampamento Zé Maria do Tomé, desenha durante a audiência.
  
Segundo o estudo “Agrotóxico no Brasil – uso e impactos ao meio ambiente e à saúde pública”, o país é o que mais usa veneno no planeta, chegando em 2009 à marca de mais de um bilhão de litros aplicados, o equivalente a um consumo médio de 5,2 Kg de agrotóxico por habitante.

Enquanto o mercado de agrotóxicos cresceu 93% em todo o mundo, o crescimento no Brasil chegou a 200%, ultrapassando os Estados Unidos, de acordo com os dados divulgados em 2011 pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag). A expansão repercute diretamente no meio ambiente e na saúde das pessoas, pois o uso de agrotóxicos contamina o ar, o solo e as águas.

Os impactos sobre a saúde, como vários tipos de câncer, com a exposição prolongada ao veneno, demandam tratamento de alto custo nos serviços de saúde.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a exposição aos pesticidas está ligada aos diversos casos de câncer. No período de 2000 a 2006, agricultores do Ceará tiveram a incidência da doença em 15 das 23 partes do corpo que foram estudadas. Nos casos de leucemia, chega a ser até seis vezes maior do que na população não exposta aos agrotóxicos.

Desenho realizado por crianças do Acampamento Zé Maria do Tomé
Entre os anos de 2007 a 2013, o numero de mortes ligadas ao envenenamento subiu de 132 para 206, de acordo com o Ministério da Saúde. Neste mesmo período, os casos de intoxicação humana quase dobrou, passando de 2.178 para 4.537.

A médica e professora da faculdade de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Raquel Maria Rigotto, lembra que as comunidades da região do Vale do Jaguaribe já sofrem as consequências do uso de agrotóxicos. “Só esse ano já tivemos quatro nascimentos de crianças com má formação congênita, além de casos de aborto e mutação em animais. É um absurdo o que aquela população sofre. E toda carga de agrotóxico despejado pela pulverização aérea é concentrada ali!”, afirma a professora, coordenadora do Núcleo Tramas, na UFC.

Para Diego Gadelha, professor de geografia e também integrante do Núcleo Tramas, o agronegócio adota um modelo que visa apenas o lucro e as exportações, e transformam os investimentos públicos em capital privado, em detrimento das comunidades tradicionais. “O governo destina R$ 175 bilhões para o agronegócio, enquanto que a agricultura familiar recebe apenas R$ 25 bilhões. Isso é um absurdo, principalmente porque é ela quem abastece o mercado interno. 75% dos alimentos vêm de lá! A agricultura familiar não usa veneno, grandes maquinários agrícolas, monoculturas ou sementes transgênicas. Com certeza esse é o único caminho para erradicar a fome no mundo!”, afirma.



 José Maria do Tomé
A audiência encerrou a V Semana Zé Maria do Tomé. O líder comunitário assassinado há cinco anos foi um dos principais nomes na luta contra o uso de veneno no estado, denunciando as consequências do método de pulverização e irregularidades na concessão de terras nos perímetros irrigados na Chapada do Apodi. José Maria foi executado com 19 tiros, em abril de 2010 e, até hoje, o crime permanece impune.

Mara Cibely – Comunicadora popular pela Obas/ASA
Fotos: Ricardo Wagner




Crianças do Vale do Jaguaribe vão à Assembleia Legislativa protestar contra o uso de agrotóxicos

Foi durante a audiência pública que aconteceu na tarde do dia 24 de abril, no Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, que crianças que moram em acampamentos do MST no Vale do Jaguaribe puderam expressar-se sobre a utilização de agrotóxicos na região. Meninas e meninos entre 4 e 13 anos expuseram seus medos diante da ameaça que os agrotóxicos trazem à saúde e ao planeta. Mas o momento também foi de expôr seus sonhos e desejos para o futuro, onde o amor e respeito à terra foi unanimidade.

Fotos: Ricardo Wagner - comunicador popular Obas/ASA













segunda-feira, 20 de abril de 2015

Russas recebe visita do Projeto Feiras solidárias

Jorge Pinto (coordenador do projeto) entrevista a agricultora Mazé, da comunidade Lagoa Escura, que participará da Feira Solidária de Russas.

O Projeto Feiras Agroecológicas Solidárias está a todo vapor. No dia 1º de abril de 2015, mais uma etapa foi avançada.Os técnicos da OBAS iniciaram as visitas de mobilização e acompanhamento das famílias produtoras.
As Feiras Agroecológicas Solidárias ocorrerão em três cidades: Barreira, Pereiro e Russas. Esse projeto será desenvolvido em algumas etapas: pesquisa mercadológica, mobilização das famílias produtoras, capacitação em vendas, produção orgânica e gestão da feira, e o ponto maior do projeto a execução da feira.
No ultimo dia 1º a OBAS esteve na cidade de Russas fazendo visitas de técnicas de mobilização.Foram visitadas oito famílias das comunidades de Caraúbas, Lagoa Escura, Lagoinha, Sitio Bandeira e Tabuleiro de Russas. Estas visitastiveram também o objetivo de identificar as potencialidades e variedades de produçãodos nossos futuros feirantes.Foi visto que a diversidade de produtos é grandecomo farinha, goma, tapioca, beiju, acerola, hortaliças, feijão, batata, mel de abelha e muito mais. Em Russas a feira promete!
Fotos/Texto: Thiago Ramalho
Visita de campo com troca de experiências.

Obas recebe visita de estudantes da Unilab





Na manhã desta segunda-feira, 20 de abril, a Obas recebeu a visita de estudantes do curso de Administração Pública da Unilab. As alunas Janay Santiago, Izamara Reis, Leidiane Oliveira e o aluno Evilásio Domingos foram recebidos pelos comunicadores da Obas, Ricardo Wagner e Mara Cibely, e puderam compreender melhor o andamento dos projetos e ações da Instituição.
No encontro, questionaram sobre o processo de comunicação da instituição e o marketing social realizado pela Obas no semiárido cearense.

A trajetória da Obas, a formação do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido e a ASA deram o pontapé inicial da conversa, que logo enveredou pelas tecnologias sociais de captação da água da chuva para a convivência com a seca. Durante a conversa, foi pontuada a visibilidade que as organizações populares projetam do semiárido: um lugar cheio de possibilidades, de riquezas culturais, de sabores marcantes, de povo acolhedor.

O grupo quis saber sobre ações voltadas para a juventude, onde foram lembradas as formações como Primeiro Passo e Projovem, o projeto “Juventude e Bem Viver” e “Feiras Agroecológicas Solidárias” deram o tom da conversa, que também perpassou pelos municípios de atuação da Obas e o fortalecimento dessas ações a partir de parcerias com instituições como a Unilab e UFC.
Ao final, cada estudante recebeu exemplares dos Candeeiros, do Caderno de Sistematização entre outras publicações, selando o momento e deixando a Obas à disposição para acolher todas/todos que aqui vierem.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Barreira completa 28 anos



Hoje, dia 15 de abril, o município de Barreira completa 28 anos de emancipação política. Mas você sabe por que a cidade tem esse nome? “Barreira” faz referência o solo da região, que desde 1938 tinha como denominação original “Barreira Vermelha”.

Localizada entre os rios Pacoti e Choró, a microrregião do Maciço de Baturité foi habitada por índios Jenipapo, Kanyndé, Choró e Quesito. Com a chegada dos Jesuítas e a catequização dos indígenas, técnicas de produção, especialmente de carne seca, foram iniciadas na região. Em seguida, vieram a mandioca e o algodão, que ajudou no surgimento de fazendas e núcleos urbanos, como Barreira por exemplo. Hoje, a cidade é conhecida como a “Terra do Caju”, com florestas de cajueiros, onde o cultivo da castanha movimenta economicamente as diversas fábricas familiares existentes no munícipio.

No município, a Obas atua na formação da juventude, com o projeto de capacitação “Primeiro Passo”, em parceria com o Governo do Estado, que formou 337 alunos. Além disso, foram construídas até 2014, aproximadamente 1.700 cisternas de placas, e estão previstas para implementação em 2015, outras 1.500 unidades, em parceria com o Fórum Cearense de Convivência com o Semiárido (FCVSA), Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Ética Brasile e Rotary Club, totalizando 3.200 cisternas em todo o município.







Conservar o solo, pra quê?


Há quem pense na terra com o aspecto da casa suja, de terreiro descuidado... Há até quem não gosta de tocá-la e quando é preciso, utiliza luvas para não sujar as mãos. Mas quem sempre lidou com a terra, sabe que dela provém muita vida. O solo é um ser de vital importância e muito complexo. É preciso conhecer seus aspectos físicos, químicos e biológicos. Para isso, agricultoras e agricultores familiares, através das experiências do dia a dia, conseguem ouvir o que a terra lhes diz, como a capacidade de reter água, matérias orgânicas ali existentes e habitantes como insetos, formigas e minhocas.
Mas, se conhecemos toda essa dinâmica, o que tem acontecido para que os solos estejam sofrendo e enfraquecendo? Talvez não estejamos tão conscientes assim da importância da conservação do solo. A gente acaba esquecendo que tudo que vem pra nossa mesa, vem da terra. Quer ver? O feijão, o milho, as frutas e verduras... Nem precisa dizer, né?
Através da lei federal nº 7.876, foi instituído o dia 15 de abril como o Dia Nacional da Conservação do Solo, homenageando o conservacionista americano Hugh Hammond Bennett, que nasceu nesta data, em 1881, e é considerado o “pai” da conservação do solo.
Mas qual a importância de uma data como essa? O solo é fundamental para a nossa sobrevivência, já que a produção de alimentos depende da terra e da água. É cada vez mais necessário que formas sustentáveis e responsáveis desses recursos sejam de conhecimento de todo mundo.
A ação de elementos químicos, biológicos e físicos como as chuvas, ventos, matérias orgânicas e seres vivos proporcionam a diversidade de solos, que servem de moradia e proliferação de microorganismos e de outras espécies como minhocas e fungos, que auxiliam na conservação desses solos, fazendo com que dessas terras brotem espécies variadas de vegetações, formando diferentes paisagens, de acordo com as suas condições. A partir daí, permite-se a sobrevivência de espécies que interagem entre si e com o meio ambiente, como as aves, insetos e outros animais. Uma das coisas que indica que o solo está bem cuidado é o aumento da matéria orgânica, que diminui a liberação de gás carbônico na atmosfera, e dá mais resistência às plantas.
Mas esse ciclo natural tem sido desmantelado pelo uso inadequado dos solos. O monocultivo é outro problema. A terra precisa respirar e se recuperar. Você conseguiria comer só um tipo de alimento todos os dias? Seu organismo logo sentiria falta de outras vitaminas. A mesma coisa acontece com a terra. O pior é que o agronegócio vem fazendo isso há muito tempo e quando aquele solo já não é útil para aquele tipo de prática, simplesmente o descartam e procuram outro. E assim, longos desertos de terras improdutivas vão se formando.
E o que dizer das queimadas? Essa prática elimina seres vivos minúsculos que fortalecem a terra.
E o desmatamento? Causa erosão, prejudica o leito dos rios que precisam das matas ciliares... Tudo isso tem alterado os ciclos da água que precisam da conservação do solo para abastecer as reservas subterrâneas e assim garantir as águas das nascentes. O que vemos hoje são chuvas escassas numas regiões e em excesso noutras.
Há exemplos milenares de mau uso dos solos, como o Iraque, que hoje é tomado por desertos causados pelo manejo inadequado da terra. A desertificação não é “privilégio” do oriente. Quem nunca se deparou com um trecho de terra e disse: aqui não nasce mais nada?
É... Parece que os problemas são muitos e na maioria das vezes a população rural leva a culpa sozinha. Mas é como diz a famosa frase agroecológica: “Se o campo não planta, a cidade não janta!”
Então, a responsabilidade é de todo mundo!
As cidades têm degradado os solos ocupando terras férteis, lançando seus esgotos nos leitos dos rios e interferindo no percurso natural das águas, impermeabilizando ruas impossibilitando a infiltração das águas nos solos além daquela esquecida e pequena embalagem plástica que muita gente joga no chão, sem dar muita importância.
E as estatísticas apontam que a cada ano, bilhões de toneladas de terra fértil se perdem indo para o leito dos rios. No Brasil, esse número passa de 840 milhões de toneladas, provocado principalmente pelo aumento da agropecuária no Centro-Oeste e na região Amazônica.
Mas vamos ao que interessa: o que devemos fazer para modificar essa situação? Algumas ações diárias que parecem pequenas podem influenciar, sim, por exemplo:
- Se você for construir uma cisterna, por exemplo, guarde a camada mais superficial da terra, que é mais ou menos 30 centímetros, pois ela servirá pra adubar as plantas, já que é rica em microorganismos;
- Se estiver armazenando alguma terra, cubra para que a chuva não a leve embora. Esse solo é muito valioso para ser confundido com lixo e desperdiçado;
- Cuidado com aquele óleo e a gasolina que respingam das motos. São produtos químicos e poluem o solo e a água. Evite estacionar perto dos plantios e de nascentes de rios. Uma gota é suficiente para contaminar centenas de litros de água;
- NUNCA use agrotóxicos. Usar a desculpa de que é só um “remedinho” é tentar se enganar. Assim como mata insetos, esses produtos fazem mal à saúde de qualquer ser vivo;
- Deixe as folhas secas cobrindo a terra, mesmo que a vizinhança ache que você não tem coragem de limpar o quintal! As folhas servem de proteção dos raios do sol e do impacto dos pingos da chuva, evitando que os microorganismos na terra morram. Você pode colocá-las na base das plantas ou separar num canto e juntar a restos de vegetais, borra de café e cascas de frutas para produzir um excelente adubo;
-Ao invés de asfalto, ruas com calçamento evitam alagamentos, pois a água consegue escoar e atingir os rios subterrâneos e ainda deixa a cidade menos quente;
- Mesmo que você não seja agricultora ou agricultor, sempre precisará da terra pra sua sobrevivência. Todo alimento saudável que você compra seja na feira ou na bodega, alguém um dia plantou. Por isso, valorize quem põe as mãos na terra para proporcionar saúde a você.
E lembre-se: cuidar do solo é cuidar da vida.

Ricardo Wagner – Comunicador popular pela Obas

terça-feira, 14 de abril de 2015

Obas e SDA realizam visita técnica em Barreira

Orestes Serafim (técnico SDA) e Gerdon Maciel (coordenador de projeto da Obas) visitam família na comunidade Cajueiro.

Nos dia 7, 8, 9 e 10 de abril, a Obas recebeu a visita do técnico da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário (SDA), Orestes Serafim Neto. A visita de campo teve o objetivo de verificar as cisternas já construídas no município de Barreira. Ao todo, 263 cisternas foram visitadas.


Para Orestes, as tecnologias construídas pela Obas possui um excelente padrão de qualidade e atendem perfeitamente as necessidades das famílias beneficiadas. “A Obas está de parabéns pelas cisternas que construiu. Estão bem feitas, sem rachaduras e vazamentos”, avaliou o técnico.

As cisternas visitadas fazem parte da primeira etapa do programa de cisternas iniciado em 2014 e executado pela Obas, em parceria com o Governo do Estado e o Ministério de Desenvolvimento Social. As visitas ocorreram nas comunidades de Cajueiro, Alto Santo, Barro Branco, Batalha, Belo Horizonte, Boa Viagem, Caiana, Cajazeiras, Corrego, Torre de Aço, Quixelô e Umburana.

Texto e Fotos: Mara cibely




sexta-feira, 10 de abril de 2015

Jaguaretama recebe encontro do Fórum de Convivência com o Semiárido do Vale do Jaguaribe


Nesta quinta-feira, 09 de março, cerca de 50 pessoas participaram da reunião do Fórum de Convivência com o Semiárido do Vale do Jaguaribe (FCSVJ), que ocorreu em Jaguaretama. No encontro, foram discutidas as ações realizadas durante a Semana das Águas, a escolha de municípios para os projetos de primeira água (P1+2) do MDS, o regulamento do concurso cultural para a escola da logo do Fórum, lançamento de Candeeiros, entre outros. Estiveram presentes no evento, representantes da Obas e da Comtacte, além de agricultores a agricultoras do Vale do Jaguaribe.


A manhã foi iniciada com uma mística de acolhida realizada por representantes da Comissão Municipal de Jaguaretama. Os agricultores João Neto, Genival e Evandira deram as boas vindas aos participantes. 


A Banda de Flauta Sementes, do Centro Espírita Bezerra de Menezes, que fica em Jaguaretama, fez uma apresentação com músicas de Luiz Gonzaga.


Logo após, representantes da Cáritas Regional, Cetra e Esplar apresentaram o Programa de Sementes do Semiárido.


Ainda durante a manhã, foi realizada a “Colheita da Semana das Águas”, onde os municípios que compõem o Fórum puderam compartilhar suas experiências e atividades realizadas durante a Semana. Uma carta de agradecimento foi lida e entregue ao agroecologista Francisco Saldanha por sua contribuição na Trilha das Águas. Em seguida, foram realizados os lançamentos dos Candeeiros realizados com a agricultora Maria das Graças - de Iracema, Maria Santa e Maria do Socorro - ambas de Limoeiro do Norte.


No período da tarde, foi apresentado o regulamento do concurso cultural “Qual a cara que o Semiárido tem?”, que visa à criação da logo para o FCSVJ.
 
O ponto alto do encontro foi a escolha dos municípios que irão receber as novas cisternas de primeira água, do P1+2, realizado pela Obas em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Em votação, os municípios selecionados foram Russas e Jaguaribe.

 O próximo encontro ocorrerá em Limoeiro do Norte no próximo dia 11 de junho.

Texto e fotos: Mara Cibely


























terça-feira, 7 de abril de 2015

"Minha casa vai ficar assim.."


Essa é a frase que emoldura os desenhos que as famílias que as famílias fazem durante o curso de GRH - Gerenciamento dos Recursos Hídricos.
Com lápis em punho, as/os participantes demonstram como imaginam que vai ficar suas casas após a construção das cisternas.


Em seguida, cada desenho é comentado sobre a distância que as cisternas terão das árvores, dos cercados de animais, dos banheiros... 



É uma forma lúdica de perceber toda a área, que mudanças ocorrerão a partir de um benefício social.


O curso faz parte dos projetos de implementação e construção de tecnologias de captação de água da chuva, como o P1MC (ASA) e Programa de Cisternas (Banco do Nordeste e Governo do Estado do Ceará). Esses programas também são conhecidos como "Primeira água", que é a cisterna de placas de 16 mil litros, que é a água para beber e cozinhar.

Pedreiros recebem capacitação em tecnologias de captação de água da chuva em Barreira

Cerca de quinze pedreiros participaram de uma capacitação em construção de tecnologias de captação de água da chuva, na comunidade Umburana, em Barreira, Ceará. A atividade, que durou sete dias, faz parte do Programa de Cisternas financiado pelo Governo do Estado do Ceará, em parceria com a Obas.

Pedreiros e técnicos da Obas em momento de confraternização.

Pedreiros recebem material do curso.

Alegria faz parte do trabalho.

Jovem capacitado na tecnologia de construção de cisterna de placas.

Paulo Januário, técnico da Obas, entrega certificado para participante.

Pedreiro assina documento de participação.

Pedreiros conferem o material didático

Não a redução da maioridade penal

A Obas - Organização Barreira Amigos Solidários vem através dessas imagens repudiar a proposta de redução da maioridade penal, por acreditar que a juventude não precisa de mais penalidades do que as que já sofre cotidianamente.
Juventude não precisa de cadeia!