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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Resultado da análise de currículos - Comunicador/a popular

Prezados(as),

 É com satisfação que a Organização Barreira Amigos Solidários – OBAS, divulga os resultados das análises dos currículos selecionados para entrevista para contratação de 01 (um) Comunicador Popular. Salientamos que os currículos apresentaram aspectos positivos com relação aos perfis pretendidos pela instituição. Seguindo os critérios estabelecidos pela comissão de avaliação dos currículos, segue abaixo listagem com os currículos recebidos:
 Ana Rogéria Mendes Araújo
  Antônio Kennedy Saldanha Ribeiro
  Carlos Augusto de Oliveira Azevedo Filho
  José Wilson Correa Garcia
 Lucivan Lima de Souza
 Luís Thiago da Silva Silveira
 Luiz Henrique Monteiro da Silva

Conforme análise feita pela comissão de avaliação dos currículos, segue a lista dos selecionados para as entrevistas:
 Ana Rogéria Mendes Araújo
 Antônio Kennedy Saldanha Ribeiro
 José Wilson Correa Garcia
 Luís Thiago da Silva Silveira

As entrevistas acontecerão após contatos telefônicos com os selecionados, para a indicação da data e horário. Local: Av. Mãe Sinforosa, 252 – Centro, Barreira – Ceará.
Saudações solidárias.

Barreira/CE, 19 de maio de 2014

 Atenciosamente,

Regina Kilvia Rodrigues Nogueira Saldanha
Coordenadora – Obas

E aí: vamos nos comunicar?

Por Ricardo Wagner – comunicador popular pela Obas

Recebidos com uma breve chuva, a equipe de comunicação da Obas realizou entre os dias 22 e 23 de maio, em Aroeiras , comunidade a 27 km de Aracati, a Oficina sobre Comunicação como Direito: módulo fotografia.

A proposta foi uma reinvindicação das agricultoras Eliane e Maria, que haviam participado de um intercâmbio no ano passado, para conhecer as implementações das cisternas de 2ª Água, do Programa 1 Terra e 2 Águas, do Ministério do Desenvolvimento Social – MDS em parceria com a ASA – Articulação do Semiárido.  “Eu levei minha máquina pra fazer as fotos das cisternas, das paisagens. Mas as fotos ficavam tudo tremida. Daí eu fiquei aperreando o pessoal da Obas até que a gente conseguiu marcar essa oficina aqui em Aroeiras”, disse toda feliz dona Eliane.
Mas a oficina foi aberta a todas as pessoas, sem distinção de faixa etária. O objetivo foi tratar a comunicação como direito, trazendo conceitos baseados no Artigo 19, alertando sobre o direito à informação e como construir estratégias de acesso a esses direitos através da comunicação.

Dona Maria e dona Eliane, claro, não deixaram de ir. Pela manhã, foram apresentados alguns instrumentos de comunicação (apitos, panfletos, celulares, cartilhas, cd’s, programas de rádio, etc.), seguido de debate sobre os acontecimentos atuais as manifestações populares e a copa do mundo. As pessoas opinaram sobre a criminalização da juventude e a falta de acesso às informações sobre políticas públicas para os jovens.
“Aqui a gente não tem muito o que fazer”, comentou Ewerton Senna, 17 anos. “Pra gente se divertir, só se encontrando no banco do poste”. O citado banco é feito do tronco de uma carnaúba, e fica debaixo de um poste que ilumina um trecho da comunidade. “É lá que a gente se reúne, mas não temos um grupo assim, organizado. A gente já dançou quadrilha e temos até o nome: Tiquim de tudo”, completou Maurício Luan.

Um debate sobre o Estatuto da Juventude foi sugerido para o próximo encontro, como forma de iniciar a organização do grupo, e todxs concordaram.

No módulo sobre fotografia, o comunicador popular Thiago Ramalho trouxe um elemento lúdico à oficina: a Câmera escura. Feita de uma caixa de papelão e outros materiais simples, o objeto despertou, num primeiro momento, dúvida sobre sua eficácia. As pessoas foram para o terreiro observar a paisagem dirigindo a pequena caixa para um ponto e olhando através dela. As reações foram bastante interessantes, típicas das descobertas. A história da fotografia foi apresentada em vídeo e técnicas básicas de utilização de equipamentos fotográficos enriqueceram a oficina. 


















Como não podia deixar de acontecer, a turma saiu pela comunidade para registrar cenas pitorescas. Munidos de máquinas e celulares, a turma pode fotografar a paisagem, os animais e o pôr do sol na barragem, cercada por carnaúbas.  
Foi hora de por em prática os conceitos sobre luz e sombra, enquadramento, o que se quer fotografar, flagrantes, movimentos entre outras técnicas.
Os “selfies” predominaram, com as mais variadas poses.
 Esse povo é criativo!


À noite, o pátio da igreja foi palco da apresentação de curtas sobre agroecologia, onde pudemos montar um verdadeiro cinema. As pessoas foram chegando com suas cadeiras e não faltou a pipoca, distribuída numa imensa panela. A sessão teve início com o curta-metragem Coragem é um dom, que faz parte da coletânea Curta Agroecologia. Após a exibição, pudemos fazer um pequeno debate sobre as identificações com o tema do filme, e o que as pessoas observaram. A protagonista teve destaque nas falas, evidenciando o papel da mulher no contexto social como fundamental nas conquistas da comunidade. Em seguida, um filme de comédia cearense encerrou a noite.

Na manhã do dia seguinte, a turma confeccionou um estandarte para fortalecer e oficializar o nome do grupo. O Tiquim de Tudo começa a tomar forma. Como programado, conceitos práticos de edição de fotos foram apresentados, como aplicativos para celulares e programas de computador.
A energia das pessoas da comunidade Aroeiras impressiona. 
Certamente, muitas ações edificantes virão por aí. 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

120 jovens recebem certificado do Programa Primeiro Passo

    
 Na tarde de ontem, 20 de maio, a OBAS – Organização Barreira Amigos Solidários,  esteve no auditório da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social – STDS para certificar 120 educandos do programa Primeiro Passo -Linha de Ação Jovem Bolsista, de seis cursos da cidade de Fortaleza. Os cursos foram realizados em instituições sociais parceiras da OBAS e STDS em diferentes bairros da cidade.

Estiveram no evento o Secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social do estado do Ceará Josbertini Clementino, Simone Veras, supervisora do Núcleo de Iniciação Profissional do Primeiro Passo, Alailson Saldanha, Coordenador Executivo da OBAS, Marcos Aurélio, Vereador de Fortaleza e representando as intuições parcerias o Sr. Eduardo Campos, presidente da Associação dos Moradores do Parque Santana.


Na ocasião, a OBAS apresentou alguns dados de sua atuação como instituição executora no Estado do Ceará: são 88 turmas capacitando 1.753 educandos.

Entre os educandos certificados estava a aluna Joyce Pereira da Silva, de 16 anos que fez o curso de Conserto e Manutenção de Computadores na Associação dos Moradores do Parque Santana. Ela já está estagiando a alguns meses e pondo em prática o conhecimento adquirido no curso. Assim como a Joyce, outros jovens também estão estagiando e trabalhando em empresas e órgãos públicos, confirmando o sucesso da execução da OBAS nesse belíssimo projeto. Como não podia deixar de acontecer, a juventude trouxe muita alegria ao apresentar a dança dos garotos do grupo Atitude Fé, da Associação Irmão Sol e Irmã Lua para fechar nossa solenidade.  


Por Thiago Ramalho – comunicador popular pela Obas.

Agricultora dá sua opinião sobre o III ENA


Agricultora do Sítio Congo, em Limoeiro do Norte, dona Socorro Gomes já está acostumada a participar de intercâmbios e outros eventos. Leia o que ela disse sobre agroecologia:

Dona Socorro, como a agroecologia entrou na sua vida?
Eu já participei de muitas reuniões de sindicato, de organizações... Minha vida é muito movimentada. De uns tempos pra cá, ouvi falar em agroecologia. Aliás, na minha comunidade tem muita gente que já ouviu falar na agroecologia. Mas é muito difícil a gente convencer esse pessoal a não usar o veneno, porque eles ficam vendo as fazendas grandes colocando veneno e ganhando muito dinheiro. Mas quando a gente vê o resultado do veneno na nossa saúde, a gente fica com uma preocupação danada.

Que tipo de preocupação a senhora tem?
Oh... Ver aqueles filmes mostrando o veneno sendo colocado na terra e as pessoas ficando doentes. Como é que a gente não se comove? Ai, meu Deus! E não é só as pessoas que morrem. Tem os animais, as plantas... A terra fica fraca..

O que mudou na sua forma de plantar, depois que ouviu falar em agroecologia?
A primeira coisa que eu fiz foi não queimar mais o mato. O pessoal ficava me chamando de suja, porque eu deixava as folhas lá. Eu levei muito nome de preguiçosa. No começo eu ficava com uma raiva! Mas agora, eu nem ligo! Eu sei que a gente ainda come coisa envenenada, porque a gente se obriga a comprar coisa dos outros. Mas do que eu planto, você pode ter certeza que não tem nada com veneno!

A senhora acha que tem algum jeito de mudar a opinião dessas pessoas pra não usar mais veneno?
Eu sei que é difícil, mas já tem muita coisa mudando. O pessoal que trabalha com isso é muito dedicado. Os sindicatos, as ong's tem tido um trabalho danado. Mas eu acho que os encontros e os intercâmbios são muito bons pra fazer com que o povo veja as coisas. Acho muito bom quando a Obas faz os intercâmbios e leva uns filmes pra gente assistir, porque só a gente falando lá na comunidade, as pessoas não acreditam. É aquela história: santo de casa não faz milagre!

Que importância um evento como o III ENA tem pra senhora?
Ah... Primeiro a gente vê que não tá sozinha, que tem muita gente que sonha as mesmas coisas que a gente. Quando eu vejo sementes que eu nem sabia que existia, fico muito agradecida porque se não fosse aqui, eu nunca ia conhecer. Acho que tem que acontecer mais vezes pra ficar trazendo sempre mais gente pro nosso lado, pra que mesmo as pessoas que não plantam saibam que o que a gente faz é bom pra todo mundo.

Das oficinas que a senhora participou, teve alguma que lhe chamou mais atenção?
Sim. Eu participei da oficina sobre educação no campo. É muito importante que a juventude tenha esse direito. No meu tempo não era assim, mas que bom que os próprios jovens estão se movimentando e buscando continuar nas suas terras. A gente ainda vai ouvir falar muito em agroecologia, porque tem muito rapaz e muita moça lutando por isso.


O III ENA - Encontro Nacional de Agroecologia, aconteceu de 16 a 19 de maio de 2014, em Juazeiro/BA.

por Ricardo Wagner - comunicador popular pela Obas


terça-feira, 20 de maio de 2014

Tambores, vozes e ideias – As juventudes se reúnem no III ENA



Característica da juventude, a animação percorreu os recantos da Univasf ao som de tambores e vozes, convidando para a Plenária das Juventudes. Os versos do poeta Antonio Francisco, que hoje ocupa a cadeira do imortal Patativa do Assaré na Academia Brasileira dos Cordelistas, ecoaram pela ampla sala, que ficou pequena diante de tantas pessoas ávidas em discutir, evidenciar e propor ações e questões de interesse da juventude.
O momento foi facilitado por Cláudio Pajeú - do Centro Sabiá – e a comunicadora Laudenice, do mesmo centro,  apresentou o projeto de vídeos documentários que estão sendo exibidos no Canal Futura, intitulado “Diz aí, juventude!”, em parceria com a ASA. Após a apresentação dos três episódios, que tratam de vivências da juventude com os temas Acesso a terra, Educação popular e cultura e Geração de renda, a turma foi convidada a expressar o que ocorre em suas localidades. Jacira, da comunidade Queimadas, na Paraíba, jovem agricultora experimentadora, falou sobre os fundos rotativos e como os 12 jovens da sua comunidade o utilizam para comprar telas e criar pequenos animais.
“A gente vai repassando para as pessoas o nosso conhecimento, através da educação popular, essa que a gente não recebe na escola. Por exemplo, com a música a gente pode falar de agroecologia. Isso tudo é educação informal. Mas a gente podia ter isso também nas escolas”, afirmou Regilane, do Assentamento Maceió, em Itapipoca, Ceará.
Toda empolgação e engajamento juvenil traz, sem dúvida, a certeza de que os caminhos agroecológicos serão percorridos com muita sabedoria.
Agroecologia é o caminho!


Por Ricardo Wagner – comunicador popular pela Obas

Pensamentos ilustrados do III ENA

Durante o III ENA - Encontro Nacional de Agroecologia, ocorrido em Juazeiro/BA  entre os dias 16 e 19 de maio, muitas atividades ocorriam simultaneamente. Compartilhamos e nos envolvemos literalmente em rede. Tanto que, entre os elementos lúdicos apresentados, estavam as ilustrações, em que designers gráficos, a partir das falas das pessoas, repassam esses pensamentos para o papel. As imagens são de encher os olhos, abrir sorrisos, franzir a testa. Os questionamentos são os mais diversos, entretanto vale destacar a sensibilidades dessas/es artistas que tão bem incorporaram esses sentimentos. Olha aí alguns painéis e fragmentos deles.










Mística de abertura do III ENA reafirma a importância da Agroecologia

A tenda em seu formato circular e colorido, remete a união, ao lúdico e ao olhar ampliado. E foi sob essa mandala de elementos de culturas diversas que teve início o III ENA - Encontro Nacional de Agroecologia. Povos indígenas, agricultores e agricultoras, quilombolas, ribeirinhos, quebradeiras de coco, juventudes entre tantos outros segmentos da sociedade puseram boas energias na celebração de abertura. A agroecologia pautada na mística nos traz a reflexão de que esse é o caminho que devemos trilhar. Salve a AGROECOLOGIA!
Fotos: Ricardo Wagner/arquivo Obas


Plenária das Juventudes dá início ao III ENA

Plenária das Juventudes dá início ao III ENA

por Marcus Saymon e Ricardo Wagner, comunicadores populares da Contacte e Obas -CE


A juventude está unida para a mudança acontecer,
Pois já que somos o presente e iremos (QUEREMOS) fazer valer.
Pois somos inteligentes e por uma nação decente lutaremos
Até vencer!

            Com o sorriso estampado no rosto e a garganta como microfone, a juventude chama a todos para participar da plenária que abre o circuito de debates e discussões do III ENA (Encontro Nacional de Agroecologia), em Juazeiro da Bahia.
            A plenária aconteceu durante a abertura do evento, na manhã do dia 16, a juventude canalizou e deu o pontapé inicial para a conversa acerca dos objetivos gerais do encontro. O momento foi construído a partir da Caravana Agroecológica e Cultural das Juventudes do Nordeste, que se posicionou para dar visibilidade e torná-la parte do III ENA.
            A mobilização se deu para unificar os objetivos e somar forças para apoiar a agroecologia. Num mesmo lugar, representantes de todos os territórios expuseram as entidades a que pertencem, assim como os movimentos, as redes, os grupos temáticos. É necessário tornar a juventude parte do coletivo, “a juventude não é dissociada das outras classes do país, estamos presentes na educação, nas discussões, nas mobilizações...”, disse Bete, quebradeira de coco da região do Médio Mearim, integrante da ASSEMA (Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão).
            O objetivo da plenária é pautar e debater: “Por que interessa à sociedade apoiar a agroecologia?”.
            Outro ponto de partida para o debate era se pensar em um espaço nacional de articulação das juventudes do campo e das cidades. É necessário já que existem lideranças atuantes em diversos territórios.

            Construir uma aliança e possibilitar a criação de novos grupos nas comunidades, descentralizando o processo de debates, é fundamental para que temáticas como a agricultura familiar e a agroecologia possam ser mais difundido.
Fotos: Ricardo Wagner/Arquivo Obas


quarta-feira, 14 de maio de 2014

Obas, Banco do Nordeste e CMDS de Pacajus reúnem-se para atualizar agenda do Projeto Implementação de Cisternas




Ao sabor da tapioca com café, a Obas - Organização Barreira Amigos Solidários reuniu-se com a Comissão Municipal de Desenvolvimento Sustentável de Pacajus e o Banco do Nordeste, ontem (13), para socializarmos as agendas das ações de implementação de cisternas de placas no município de Pacajus. Mais uma vez a receptividade do sr. Sival Filho (SDA daquele município) marcou o nosso encontro. Além dele, a reunião contou com a presença de Juvenal Saldanha (Ematerce), José Felipe Rodrigues (STTR Pacajus), Raimundo Florêncio (SDA), Sebastião Francisco (comunidade Base), Carlos Lira (Assoc. comunitária Itaipaba), Amilton Odorico – agente de desenvolvimento do BNB, pela equipe técnica da Obas Jorge Pinto, José Simões, Alysson Amâncio, Vanderson Moreira e Ricardo Wagner.



Aos participantes da reunião foi informada a atual situação do projeto, cuja expectativa é a universalização do direito a água de beber. Já são 557 famílias mobilizadas. Foram definidas as datas dos cursos de GRH - Gerenciamento de Recursos Hídricos, e as comunidades beneficiadas nesse momento são: Cumaru, Alto Estrela, Buriti dos Esmeros, Pajeú, Dom Bosco, Limoeiro, Tiririca, Lagoa Seca, Lagamar e Mangabeira. Na continuidade, foi construída a agenda de mobilização das famílias beneficiárias do Programa Cisterna para Produção de Alimentos – 2ª Água.
A comissão encaminhou que ocorrerá reuniões sistemáticas quinzenais na SDA, objetivando um melhor acompanhamento das ações.

terça-feira, 13 de maio de 2014

CARTA ABERTA EM DEFESA DOS/DAS AGRICULTORES/AS QUE FAZEM A OCUPAÇÃO DO PERÍMETRO IRRIGADO JAGUARIBE-APODI – LIMOEIRO DO NORTE/CE

A carta abaixo foi recebida pela Obas através do e-mail do FCVSA - Fórum Cearense pela Vida no Semiárido, que aqui compartilhamos:

CARTA ABERTA EM DEFESA DOS/DAS AGRICULTORES/AS QUE FAZEM A OCUPAÇÃO DO PERÍMETRO IRRIGADO JAGUARIBE-APODI – LIMOEIRO DO NORTE/CE

Não pervertam o direito,
não faça diferença entre as pessoas nem aceite suborno,
pois os subornos cega os olhos dos sábios e faceia a causa dos justos.
(Livro Deuteronômio 16,19)

Por que cerca de 800 famílias de agricultores e agricultoras dos municípios da região Jaguaribana em parceria com diversas entidades, movimentos sociais, pastorais e paróquias da Diocese de Limoeiro do Norte estão ocupando o perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi desde a madrugada de 05 de Maio de 2014? Para responder essa pergunta basta conversar com os/as agricultores/as, nas comunidades, dialogar com a juventude e com os idosos/as cujos olhos brilham no sonho de acessar terra e água.
A ocupação teve inicio com 500 famílias da Região Jaguaribana. E, todos os dias dezenas de famílias sobem para o acampamento, já chegando ao número de 800. Essas famílias acreditam que a terra e a água são presentes de Deus, que não devem servir apenas as empresas do agronegócio, mas também às famílias e pequenos camponeses. Eles acreditam que com as bênçãos de Deus e com a força do povo a Chapada do Apodi vai voltar a ser das trabalhadoras e dos trabalhadores.
As reivindicações seguem a direção da defesa dos direitos humanos, do respeito aos direitos sociais assegurados em nossa Constituição Federal, da dignidade humana, da justiça social: água, educação, saúde, participação popular na vida pública, etc. Essas são exigências sem fundamento? Os que acreditam e defendem uma vida digna para todos (as) concordam que esses são elementos básicos, o mínimo de direitos. Deles não se pode abrir mão, caso contrário, estaremos defendendo os projetos de morte e miséria que vem vitimando os pobres deste país.
Então se é justa a causa, por qual razão se ouve o vociferar e o tom acusatório contra os que contribuem com a causa da justiça social? É que ainda estamos lutando em nosso solo pátrio contra as forças conservadoras do coronelismo – com nova roupagem, é claro. Estamos em pleno combate contra as forças do autoritarismo, personalismo e patrimonialismo que tanto golpeiam a frágil democracia brasileira. Se trata-se de tão enérgico combate, se enfrentamos a tirania dos poderosos, por que afinal o fazemos? O que estamos conquistando?
Nós gritamos juntos porque desejamos fazer ecoar em todos os recantos a denúncia de um modelo de morte que defende os gananciosos e contribui para que os poderosos continuem a se beneficiar às custas do sofrimento, exploração e expropriação do povo trabalhador; Para denunciar as violações de direitos sofridas por agricultores (as) e lutadores do povo tendo o Governo Federal (representado pelo DNOCS) como órgão responsável por essa política destrutiva;
Nós gritamos para denunciar que o quê está em primeiro lugar nos planos do Governo Federal/DNOCS é a construção das obras para favorecer o Agrohidronegócio e reforçar o poder econômico dos grandes proprietários de terra da região; Para denunciar que o DNOCS vem promovendo uma guerra contra reforma agrária, expropriando os (as) agricultores (as) e repassando nossas terras, com um conjunto de infraestruturas hídricas, para o Agrohidronegócio Fruticultor drenar nosso solo, suor e água para a Europa e os Estados Unidos.
Nós gritamos para denunciar que a Chapada do Apodi, desde a implantação do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi, no final da década de 1980, passou a ser um território em disputa entre agricultores(as) camponeses(as) e o agronegócio; Denunciar que já nos anos 2000, intensificou-se a instalação, no entorno do perímetro irrigado, de empresas nacionais e internacionais, notadamente produtoras de frutas tropicais para exportação. Tais empresas instalaram grandes áreas de produção irrigada aproveitando a infraestrutura pública de canais de irrigação, estradas e energia elétrica, bem como dos bens naturais da Chapada, como solos férteis e água subterrânea. Cabe destacar que esse processo se deu com amplo apoio e financiamento do Governo Federal e Estadual.
Nós gritamos para denunciar que a territorialização das empresas nacionais e internacionais na Chapada vem acompanhada de um processo destrutivo de produção do ponto de vista ambiental e social, entre eles, destacamos: No processo de produção é intensivo o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, que contaminam o solo, o ar e água, trabalhadores(as) e comunidades rurais; Os empregos gerados são marcados pela exploração dos(as) trabalhadores(as), pela precarização dos contratos trabalhistas, assédio moral, exposição aos agrotóxicos, etc; As empresas dominam a água superficial e subterrânea, drenando esse bem natural, via exportação, para o mercado internacional.
Denunciamos, ainda, que as terras públicas do perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi estão invadidas pelo agronegócio. Segundo dados do próprio Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), atualmente, 4.033,40 hectares estão invadidos, principalmente, por empresas nacionais/multinacionais e médios/grandes proprietários da região. Apenas três empresas Fruta Cor, Bananas do Nordeste S/A. (Banesa), Del Monte Fresh Produce são responsáveis pela invasão de mais 1.800 hectares.
Nós gritamos para anunciar que acreditamos que a união faz a força na luta por nossos direitos e para efetivar uma alternativa ao modelo de produção/morte proposto pelo DNOCS. Acreditamos num modelo de desenvolvimento pautado na solidariedade e sustentabilidade socioambiental. Nós gritamos porque defendemos um projeto de vida que tem o ser humano em primeiro lugar e não o lucro. Um projeto que pretende a relação harmoniosa entre os seres humanos e a natureza e não a destruição desta em favor da riqueza descomunal e imoral de uns poucos.
Nós gritamos enfim porque nos sentimos parte de um grande projeto de humanidade, de humanização do ser humano. E esse projeto não se efetivará plenamente enquanto persistirem as injustiças contra os povos pobres, os oprimidos, os deserdados da terra, os humilhados, os milhões de desfavorecidos e excluídos. Por essa razão estamos dizendo NÃO a todas as formas de opressão, violência e negação de direitos: TERRA, ÁGUA E VIDA DIGNA PARA OS/AS AGRICULTORES/AS QUE NESSE MOMENTO OCUPAM O PERIMETRO IRRIGADO JAGUARIBE-APODI.
Nós queremos que seja RECONSIDERADA a ação de reintegração de posse proferida pelo DNOCS até o final do processo de negociação, iniciado desde 08.05.14 para evitarmos um possível despejo violento.
Queremos que o Governo Federal, representado pelo Ministério da Integração Nacional/DNOCS, retire as empresas da área invadida e, por fim, que o DNOCS destine a área da Segunda Etapa do Perímetro Jaguaribe-Apodi para os(as) agricultores(as) sem terra.
Com as comunidades rurais, com os agricultores e agricultora e suas família que fazem a região jaguaribana nos irmanamos na defesa da vida em toda a sua plenitude e não ousamos calar, não ousamos fugir ao compromisso firmado em prol de uma sociedade mais fraterna e mais justa. Por essas razões dizemos SIM as lutas das comunidades; com o povo que sofre partilhamos suas dores; com aqueles que dão o testemunho de Cristo oferecemos nossa força, solidariedade e apoio incondicionais. E, com as bênçãos de Deus e com a força do povo a Chapada do Apodi, vai voltar a ser das trabalhadoras e dos trabalhadores.

Abaixo-Assinados:
Articulação das Pastorais Sociais Regional Nordeste I
Pastoral Social de Tianguá
Cáritas Brasileira Regional Ceará
Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte.
Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza
Cáritas Diocesana de Itapipoca
Cáritas Diocesana de Crateús
Cáritas Diocesana de Sobral
Cáritas Diocesana de Tianguá
Cáritas Diocesana de Iguatu
Cáritas Diocesana de Crato
Obas – Organização Barreira Amigos Solidários

Encontro do FCVSA no Cariri

Encontro do FCVSA compartilha experiências do Programa Uma Terra e Duas Águas

Evelyn Ferreira, Mara Bernardo e Fram Paulo*
Crato|CE

“Ô de casa, ô de fora
Mariá cheguei agora
Mariá vai ver quem é
É o cravo é a rosa
A açucena no pé"
(toada de reisado - abrição de portas)

Mística | Foto: Fram Paulo / Arquivo CDDH AC
A mística de abertura de mais uma Reunião Ampliada do Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido (FCVSA) foi embalada pelos cantos dos reisados e encantos dos povos Cariris, invocando memórias dos ancestrais na luta pela terra livre. A reunião aconteceu nos dias 08 e 09 de maio na Micro Cariri, município de Crato (CE).

Inicialmente os participantes da reunião foram divididos em dois grupos, para o intercâmbio em experiências de segunda água: cisterna-calçadão e de enxurrada. 

Um grupo foi visitar a experiência do casal Dona Lucina e Seu Edilson, na comunidade Baixa do Maracujá, beneficiários da cisterna de enxurrada. Com menos de um ano que o casal recebeu a tecnologia social, já está tirando proveito da água armazenada na cisterna, com plantio de hortaliças, frutas e plantas medicinais.

Participantes em momento de intercâmbio
 Foto: Fram Paulo / Arquivo CDDH-AC
Uma das preocupações do casal é com a questão do gerenciamento da água, fazendo uso de no máximo duzentos litros por dia e aguando sempre à tardinha para diminuir a evaporação. “Essa cisterna aí foi a coisa melhor que já aconteceu aqui em casa. Depois dessa cisterna, não tem um final de semana que não tenha um dinheirinho pra gente comprar alguma coisa pra casa”, diz Seu Edilson.

A visita do outro grupo foi ao sítio Guritiba. O agricultor Antônio Pedro da Silva recebeu os participantes do intercâmbio com um sorriso largo e calorosa saudação. Logo foi contando que planta manga, laranja, jaca, milho, etc. Depois da chegada da cisterna-calçadão pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), Antônio vê fartura brotando da terra, “riqueza maior da vida”, diz.

Participantes em momento de intercâmbio
 Foto: Carlos Rutiele / Arquivo IAC
Os participantes da reunião tiveram a oportunidade de visitar outras famílias que experimentaram vivências exitosas de convivência com o Semiárido. Gente que agora conta com tecnologias sociais para armazenar água para produção durante o período de estiagem.

Os elementos norteadores do debate da reunião do FCVSA foram colhidos a partir dos intercâmbios. Foram socializados os aprendizados da execução do P1+2, bem como as experiências de cada entidade. 

As dificuldades e as estratégias coletivas para enfrentá-las, também foram discutidas. O uso de bomba elétrica e melhorias para os decantadores das cisternas de enxurrada foram pontos de destaque da discussão. Entre os desafios observados, está a qualificação das capacitações, monitoramento das famílias beneficiadas e qualidade do material entregue também foram pontuados.

Na mística da tarde, as bênçãos da Mãe Terra e Mãe Água, trazendo a ancestralidade pulsante do encantamento sonoro do tambor dos Cariris guerreiros, fortalecendo a luta coletiva por vida digna, por terra livre para armazenar a água para produzir, pela agroecologia, para conviver e viver em harmonia com a natureza do Semiárido de todos os seres humanos e não humanos.

E o que ficou na mente e no coração da gente do encontro foram desafios, compromissos, esperanças, coragem, solidariedade, oportunidades e luta.

O próximo encontro do FCVSA será nos dias 10 e 11 de junho, no município de Senador Pompeu (275 km de Fortaleza), para discutir a qualidade das implementações da Primeira Água, para consumo humano.

* Comunicadores populares da ASA

Matéria extraída do blog do FCVSA - 
http://asaceara.blogspot.com.br/2014/05/encontro-do-fcvsa-compartilha.html

Programação do III ENA - Encontro Nacional de Agroecologia

PROGRAMAÇÃO III ENA-1PROGRAMAÇÃO III ENA-2

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Obas realiza roda de conversa sobre o III ENA

Hoje de manhã (08), a equipe de comunicação da Obas promoveu uma conversa com as equipes de sistematização e do financeiro sobre o III ENA - Encontro Nacional de Agroecologia, que acontecerá de 16 a 19 de maio, em Juazeiro/BA.
O objetivo foi trazer ao pessoal do escritório um pouco da importância do ENA para a promoção da agricultura orgânica e familiar, visibilizando as ações que as instituições em rede levam até as famílias que desejam e transformam suas realidades através da agroecologia.
Em seguida, a turma foi convidada a confeccionar cartazes que serão apresentados no ENA, pelxs participantes que irão pela Obas representando a caravana do Ceará.
É isso... A Obas rumo ao III ENA!